Afirmar que esse livro representa a maturidade ficcional de João Almino é muito pouco. No entanto, se alguém dissesse que através de “O livro das emoções” o autor atinge a sua decantação de linguagem, a observação traduziria de fato o que a obra traz de novo. Aqui o estilo dos romances de João não sofre qualquer desfiguração, mas apenas o aprimoramento de um escritor que conhece seu ritmo, feito de branda loquacidade nas descrições e de muitas reticências na pontuação de sua veia melancólica. Aliás, citar o desenho da melancolia diante de um trabalho seu é um verdadeiro truísmo. É, a cada livro, o que ele tem de melhor para oferecer literariamente. Trata-se de um sentimento sutilíssimo, como um adágio perpétuo. A narrativa vai se construindo como em um puzzle, tentando encaixar suas tensas peças para formar um vazio, sem jamais derrapar para o melodrama. “O livro das emoções” tece uma delicada urdidura, afastando-se dos pesadelos ou dos transes edênicos. Esse protagonista intelectual, fotógrafo, morador de Brasília (a cidade fetiche do escritor), pode lembrar um herói de ecos existencialistas, com a consciência misteriosamente abalada —, pertencente talvez à família de Moravia, quem sabe do cinema italiano dos sessenta e setenta… Diante dessa ficção, lembrei de certas atmosferas de insinuações morais de “La Dolce Vita” e “La Notte”. Nelas avultam as viagens do protagonista pela carnalidade da mulher, tão atuantes no romance de João como nos dois cineastas seminais do cinema contemporâneo. As sugestões contrastantes a esses “heróis problemáticos”, porém, parecem acenar em cenários diáfanos, líricos, que certamente saberiam acolher alguns personagens de Truffaut, Outro cultor, aliás, da força feminina.
JOÃO GILBERTO NOLL
Afirmar que esse livro representa a maturidade ficcional de João Almino é muito pouco. No entanto, se alguém dissesse que através de “O livro das emoções” o autor atinge a sua decantação de linguagem, a observação traduziria de fato o que a obra traz de novo. Aqui o estilo dos romances de João não sofre qualquer desfiguração, mas apenas o aprimoramento de um escritor que conhece seu ritmo, feito de branda loquacidade nas descrições e de muitas reticências na pontuação de sua veia melancólica. Aliás, citar o desenho da melancolia diante de um trabalho seu é um verdadeiro truísmo. É, a cada livro, o que ele tem de melhor para oferecer literariamente. Trata-se de um sentimento sutilíssimo, como um adágio perpétuo. A narrativa vai se construindo como em um puzzle, tentando encaixar suas tensas peças para formar um vazio, sem jamais derrapar para o melodrama. “O livro das emoções” tece uma delicada urdidura, afastando-se dos pesadelos ou dos transes edênicos. Esse protagonista intelectual, fotógrafo, morador de Brasília (a cidade fetiche do escritor), pode lembrar um herói de ecos existencialistas, com a consciência misteriosamente abalada —, pertencente talvez à família de Moravia, quem sabe do cinema italiano dos sessenta e setenta… Diante dessa ficção, lembrei de certas atmosferas de insinuações morais de “La Dolce Vita” e “La Notte”. Nelas avultam as viagens do protagonista pela carnalidade da mulher, tão atuantes no romance de João como nos dois cineastas seminais do cinema contemporâneo. As sugestões contrastantes a esses “heróis problemáticos”, porém, parecem acenar em cenários diáfanos, líricos, que certamente saberiam acolher alguns personagens de Truffaut, Outro cultor, aliás, da força feminina.
JOÃO GILBERTO NOLL
Afirmar que esse livro representa a maturidade ficcional de João Almino é muito pouco. No entanto, se alguém dissesse que através de “O livro das emoções” o autor atinge a sua decantação de linguagem, a observação traduziria de fato o que a obra traz de novo. Aqui o estilo dos romances de João não sofre qualquer desfiguração, mas apenas o aprimoramento de um escritor que conhece seu ritmo, feito de branda loquacidade nas descrições e de muitas reticências na pontuação de sua veia melancólica. Aliás, citar o desenho da melancolia diante de um trabalho seu é um verdadeiro truísmo. É, a cada livro, o que ele tem de melhor para oferecer literariamente. Trata-se de um sentimento sutilíssimo, como um adágio perpétuo. A narrativa vai se construindo como em um puzzle, tentando encaixar suas tensas peças para formar um vazio, sem jamais derrapar para o melodrama. “O livro das emoções” tece uma delicada urdidura, afastando-se dos pesadelos ou dos transes edênicos. Esse protagonista intelectual, fotógrafo, morador de Brasília (a cidade fetiche do escritor), pode lembrar um herói de ecos existencialistas, com a consciência misteriosamente abalada —, pertencente talvez à família de Moravia, quem sabe do cinema italiano dos sessenta e setenta… Diante dessa ficção, lembrei de certas atmosferas de insinuações morais de “La Dolce Vita” e “La Notte”. Nelas avultam as viagens do protagonista pela carnalidade da mulher, tão atuantes no romance de João como nos dois cineastas seminais do cinema contemporâneo. As sugestões contrastantes a esses “heróis problemáticos”, porém, parecem acenar em cenários diáfanos, líricos, que certamente saberiam acolher alguns personagens de Truffaut, Outro cultor, aliás, da força feminina.
JOÃO GILBERTO NOLL
Afirmar que esse livro representa a maturidade ficcional de João Almino é muito pouco. No entanto, se alguém dissesse que através de “O livro das emoções” o autor atinge a sua decantação de linguagem, a observação traduziria de fato o que a obra traz de novo. Aqui o estilo dos romances de João não sofre qualquer desfiguração, mas apenas o aprimoramento de um escritor que conhece seu ritmo, feito de branda loquacidade nas descrições e de muitas reticências na pontuação de sua veia melancólica. Aliás, citar o desenho da melancolia diante de um trabalho seu é um verdadeiro truísmo. É, a cada livro, o que ele tem de melhor para oferecer literariamente. Trata-se de um sentimento sutilíssimo, como um adágio perpétuo. A narrativa vai se construindo como em um puzzle, tentando encaixar suas tensas peças para formar um vazio, sem jamais derrapar para o melodrama. “O livro das emoções” tece uma delicada urdidura, afastando-se dos pesadelos ou dos transes edênicos. Esse protagonista intelectual, fotógrafo, morador de Brasília (a cidade fetiche do escritor), pode lembrar um herói de ecos existencialistas, com a consciência misteriosamente abalada —, pertencente talvez à família de Moravia, quem sabe do cinema italiano dos sessenta e setenta… Diante dessa ficção, lembrei de certas atmosferas de insinuações morais de “La Dolce Vita” e “La Notte”. Nelas avultam as viagens do protagonista pela carnalidade da mulher, tão atuantes no romance de João como nos dois cineastas seminais do cinema contemporâneo. As sugestões contrastantes a esses “heróis problemáticos”, porém, parecem acenar em cenários diáfanos, líricos, que certamente saberiam acolher alguns personagens de Truffaut, Outro cultor, aliás, da força feminina.
JOÃO GILBERTO NOLL