Jornal de Brasília, 30 de agosto de 1994
Gustavo Lins Ribeiro
Especial para o JBr
Finalmente Brasília conhece o seu primeiro romancista. João Almino, ainda que nordestino como muitos de nós, é um candango escrevendo um romance ambientado na cidade. Samba-Enredo é uma paródia que consegue capturar aquilo que todo habitante do Plano Piloto sente, mais do que sabe: o lado farsesco do Poder neste país onde personagens maiores e menores desfilam sur (hiper) realisticamente sua tropicalidade no cerrado. Ágil, irônlco, tem a qualidade de proporcionar, ao mesmo tempo, um envolvimento psicológico – nos dramas entre poder, sexo, destino, segredo, vida pública e um envolvimento sociológico, naquilo em que remete à intimidade das estruturas de reprodução do poder e dos privilégios neste país. A metáfora carnavalesca, desenrolada sarcástica e hermeneuticamente por um suposto micro computador-feminino (a narradora do livro), ilumina a superficialidade, os disparates, descompassos, ilusões, ansiedades e desejos entrecortados do povo e da elite.
Samba chapa-branca na Esplanada, com um presidente negro, separado, desejado, de encontro marcado com a mulher de um seu ex-ministro em uma chácara na periferia da cidade. Citações e mais citações abundam para localizar o leitor em uma Brasília que serve de metáfora e metonímia para falar do Brasil. Texto esperto, vivo, pleno de analogias que remetem tanto para o labor da construção da obra literária, quanto para questões universais da contemporaneidade. Aqui, a garantia, brasiliense com certeza, de que o viés local não lhe circunscreve a um paroquialismo menor. Ao contrário, João Almino, diplomata de carreira, performa as melhores operações que um escritor pode almejar: unir o psicológico ao sociológico, o local ao universal.
Depois de Samba-Enredo, ninguém passará da mesma forma pela Esplanada dos Ministérios.
Gustavo Lins Ribeiro é Professor de Antropologia da Universidade de Brasília.
Jornal de Brasília, 30 de agosto de 1994
Gustavo Lins Ribeiro
Especial para o JBr
Finalmente Brasília conhece o seu primeiro romancista. João Almino, ainda que nordestino como muitos de nós, é um candango escrevendo um romance ambientado na cidade. Samba-Enredo é uma paródia que consegue capturar aquilo que todo habitante do Plano Piloto sente, mais do que sabe: o lado farsesco do Poder neste país onde personagens maiores e menores desfilam sur (hiper) realisticamente sua tropicalidade no cerrado. Ágil, irônlco, tem a qualidade de proporcionar, ao mesmo tempo, um envolvimento psicológico – nos dramas entre poder, sexo, destino, segredo, vida pública e um envolvimento sociológico, naquilo em que remete à intimidade das estruturas de reprodução do poder e dos privilégios neste país. A metáfora carnavalesca, desenrolada sarcástica e hermeneuticamente por um suposto micro computador-feminino (a narradora do livro), ilumina a superficialidade, os disparates, descompassos, ilusões, ansiedades e desejos entrecortados do povo e da elite.
Samba chapa-branca na Esplanada, com um presidente negro, separado, desejado, de encontro marcado com a mulher de um seu ex-ministro em uma chácara na periferia da cidade. Citações e mais citações abundam para localizar o leitor em uma Brasília que serve de metáfora e metonímia para falar do Brasil. Texto esperto, vivo, pleno de analogias que remetem tanto para o labor da construção da obra literária, quanto para questões universais da contemporaneidade. Aqui, a garantia, brasiliense com certeza, de que o viés local não lhe circunscreve a um paroquialismo menor. Ao contrário, João Almino, diplomata de carreira, performa as melhores operações que um escritor pode almejar: unir o psicológico ao sociológico, o local ao universal.
Depois de Samba-Enredo, ninguém passará da mesma forma pela Esplanada dos Ministérios.
Gustavo Lins Ribeiro é Professor de Antropologia da Universidade de Brasília.
Jornal de Brasília, 30 de agosto de 1994
Gustavo Lins Ribeiro
Especial para o JBr
Finalmente Brasília conhece o seu primeiro romancista. João Almino, ainda que nordestino como muitos de nós, é um candango escrevendo um romance ambientado na cidade. Samba-Enredo é uma paródia que consegue capturar aquilo que todo habitante do Plano Piloto sente, mais do que sabe: o lado farsesco do Poder neste país onde personagens maiores e menores desfilam sur (hiper) realisticamente sua tropicalidade no cerrado. Ágil, irônlco, tem a qualidade de proporcionar, ao mesmo tempo, um envolvimento psicológico – nos dramas entre poder, sexo, destino, segredo, vida pública e um envolvimento sociológico, naquilo em que remete à intimidade das estruturas de reprodução do poder e dos privilégios neste país. A metáfora carnavalesca, desenrolada sarcástica e hermeneuticamente por um suposto micro computador-feminino (a narradora do livro), ilumina a superficialidade, os disparates, descompassos, ilusões, ansiedades e desejos entrecortados do povo e da elite.
Samba chapa-branca na Esplanada, com um presidente negro, separado, desejado, de encontro marcado com a mulher de um seu ex-ministro em uma chácara na periferia da cidade. Citações e mais citações abundam para localizar o leitor em uma Brasília que serve de metáfora e metonímia para falar do Brasil. Texto esperto, vivo, pleno de analogias que remetem tanto para o labor da construção da obra literária, quanto para questões universais da contemporaneidade. Aqui, a garantia, brasiliense com certeza, de que o viés local não lhe circunscreve a um paroquialismo menor. Ao contrário, João Almino, diplomata de carreira, performa as melhores operações que um escritor pode almejar: unir o psicológico ao sociológico, o local ao universal.
Depois de Samba-Enredo, ninguém passará da mesma forma pela Esplanada dos Ministérios.
Gustavo Lins Ribeiro é Professor de Antropologia da Universidade de Brasília.
Jornal de Brasília, 30 de agosto de 1994
Gustavo Lins Ribeiro
Especial para o JBr
Finalmente Brasília conhece o seu primeiro romancista. João Almino, ainda que nordestino como muitos de nós, é um candango escrevendo um romance ambientado na cidade. Samba-Enredo é uma paródia que consegue capturar aquilo que todo habitante do Plano Piloto sente, mais do que sabe: o lado farsesco do Poder neste país onde personagens maiores e menores desfilam sur (hiper) realisticamente sua tropicalidade no cerrado. Ágil, irônlco, tem a qualidade de proporcionar, ao mesmo tempo, um envolvimento psicológico – nos dramas entre poder, sexo, destino, segredo, vida pública e um envolvimento sociológico, naquilo em que remete à intimidade das estruturas de reprodução do poder e dos privilégios neste país. A metáfora carnavalesca, desenrolada sarcástica e hermeneuticamente por um suposto micro computador-feminino (a narradora do livro), ilumina a superficialidade, os disparates, descompassos, ilusões, ansiedades e desejos entrecortados do povo e da elite.
Samba chapa-branca na Esplanada, com um presidente negro, separado, desejado, de encontro marcado com a mulher de um seu ex-ministro em uma chácara na periferia da cidade. Citações e mais citações abundam para localizar o leitor em uma Brasília que serve de metáfora e metonímia para falar do Brasil. Texto esperto, vivo, pleno de analogias que remetem tanto para o labor da construção da obra literária, quanto para questões universais da contemporaneidade. Aqui, a garantia, brasiliense com certeza, de que o viés local não lhe circunscreve a um paroquialismo menor. Ao contrário, João Almino, diplomata de carreira, performa as melhores operações que um escritor pode almejar: unir o psicológico ao sociológico, o local ao universal.
Depois de Samba-Enredo, ninguém passará da mesma forma pela Esplanada dos Ministérios.
Gustavo Lins Ribeiro é Professor de Antropologia da Universidade de Brasília.