Entrevista ao PNet LiteraturaEntrevista ao PNet LiteraturaEntrevista ao PNet LiteraturaEntrevista ao PNet Literatura

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[07-04-2010] | Luís Carmelo

1 – No mundo tecnológico e instantanista em que vivemos, crê que a literatura, tal como a aprendemos a significar pelo menos desde o Iluminismo, ainda tem sentido?
A literatura precedeu o iluminismo e não se limita às fronteiras do mundo moderno. A necessidade de fabulação humana e a função crítica e de resistência da literatura se nutrem das mudanças por que passa o mundo.

2 – Qual foi o último acontecimento literário, independentemente da sua natureza, que mais lhe tocou? Porquê?
Para mim os maiores acontecimentos literários são a produção das próprias obras literárias. Afirmar qual o acontecimento literário recente que mais me tocou coincidiria com a escolha de um livro que gostei de ler. Acabo de ler “A gate at the steps”, de Lorrie Moore, uma escritora cuja obra acompanho há muitos anos e que me atrai pela forma como elabora suas frases, juntando às vezes palavras ou ideias de maneira inusitada e com humor.

3 – Fale-nos resumidamente do seu último livro, como se estivesse a revê-lo em voz alta para um grupo de amigos.
Meu livro mais recente já foi entregue à editora e vai ser publicado dentro de alguns poucos meses. É meu quinto romance, intitulado “Cidade Livre”. A história se passa na cidade fundada em 1957 e para onde afluíram comerciantes e trabalhadores à época da construção de Brasília. Era toda composta de casas de madeira e deveria ser uma espécie de cidade descartável, pois foi construída para ser destruída quando Brasília fosse inaugurada. Talvez seja, de uma maneira geral, um romance sobre a criação, a invenção e a construção. As histórias de que trata o romance terminam com a inauguração de Brasília, uma cidade que celebra seu cinquentenário este ano.

4 – Pensa que a literatura e a rede poderão vir a ter, de algum modo, um destino comum?
A rede já está abrigando a literatura e continuará a fazê-lo cada vez mais, o que, a meu ver, não implicará a morte do livro.

5 – Refira dois autores e duas obras que o tenham marcado na sua carreira.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.

*Escritor e diplomata, João Almino nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950. É autor do Quarteto de Brasília, composto pelos romances Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), Samba-Enredo, As Cinco Estações do Amor (Prêmio Casa de las Américas 2003) e O Livro das Emoções (Record, 2008; finalista do 7º Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2009 e finalista do 6º Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2009). Doutorou-se em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley e Stanford. Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia.

Colaboração: Eustáquio Gomes

[07-04-2010] | Luís Carmelo

1 – No mundo tecnológico e instantanista em que vivemos, crê que a literatura, tal como a aprendemos a significar pelo menos desde o Iluminismo, ainda tem sentido?
A literatura precedeu o iluminismo e não se limita às fronteiras do mundo moderno. A necessidade de fabulação humana e a função crítica e de resistência da literatura se nutrem das mudanças por que passa o mundo.

2 – Qual foi o último acontecimento literário, independentemente da sua natureza, que mais lhe tocou? Porquê?
Para mim os maiores acontecimentos literários são a produção das próprias obras literárias. Afirmar qual o acontecimento literário recente que mais me tocou coincidiria com a escolha de um livro que gostei de ler. Acabo de ler “A gate at the steps”, de Lorrie Moore, uma escritora cuja obra acompanho há muitos anos e que me atrai pela forma como elabora suas frases, juntando às vezes palavras ou ideias de maneira inusitada e com humor.

3 – Fale-nos resumidamente do seu último livro, como se estivesse a revê-lo em voz alta para um grupo de amigos.
Meu livro mais recente já foi entregue à editora e vai ser publicado dentro de alguns poucos meses. É meu quinto romance, intitulado “Cidade Livre”. A história se passa na cidade fundada em 1957 e para onde afluíram comerciantes e trabalhadores à época da construção de Brasília. Era toda composta de casas de madeira e deveria ser uma espécie de cidade descartável, pois foi construída para ser destruída quando Brasília fosse inaugurada. Talvez seja, de uma maneira geral, um romance sobre a criação, a invenção e a construção. As histórias de que trata o romance terminam com a inauguração de Brasília, uma cidade que celebra seu cinquentenário este ano.

4 – Pensa que a literatura e a rede poderão vir a ter, de algum modo, um destino comum?
A rede já está abrigando a literatura e continuará a fazê-lo cada vez mais, o que, a meu ver, não implicará a morte do livro.

5 – Refira dois autores e duas obras que o tenham marcado na sua carreira.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.

*Escritor e diplomata, João Almino nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950. É autor do Quarteto de Brasília, composto pelos romances Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), Samba-Enredo, As Cinco Estações do Amor (Prêmio Casa de las Américas 2003) e O Livro das Emoções (Record, 2008; finalista do 7º Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2009 e finalista do 6º Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2009). Doutorou-se em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley e Stanford. Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia.

Colaboração: Eustáquio Gomes

[07-04-2010] | Luís Carmelo

1 – No mundo tecnológico e instantanista em que vivemos, crê que a literatura, tal como a aprendemos a significar pelo menos desde o Iluminismo, ainda tem sentido?
A literatura precedeu o iluminismo e não se limita às fronteiras do mundo moderno. A necessidade de fabulação humana e a função crítica e de resistência da literatura se nutrem das mudanças por que passa o mundo.

2 – Qual foi o último acontecimento literário, independentemente da sua natureza, que mais lhe tocou? Porquê?
Para mim os maiores acontecimentos literários são a produção das próprias obras literárias. Afirmar qual o acontecimento literário recente que mais me tocou coincidiria com a escolha de um livro que gostei de ler. Acabo de ler “A gate at the steps”, de Lorrie Moore, uma escritora cuja obra acompanho há muitos anos e que me atrai pela forma como elabora suas frases, juntando às vezes palavras ou ideias de maneira inusitada e com humor.

3 – Fale-nos resumidamente do seu último livro, como se estivesse a revê-lo em voz alta para um grupo de amigos.
Meu livro mais recente já foi entregue à editora e vai ser publicado dentro de alguns poucos meses. É meu quinto romance, intitulado “Cidade Livre”. A história se passa na cidade fundada em 1957 e para onde afluíram comerciantes e trabalhadores à época da construção de Brasília. Era toda composta de casas de madeira e deveria ser uma espécie de cidade descartável, pois foi construída para ser destruída quando Brasília fosse inaugurada. Talvez seja, de uma maneira geral, um romance sobre a criação, a invenção e a construção. As histórias de que trata o romance terminam com a inauguração de Brasília, uma cidade que celebra seu cinquentenário este ano.

4 – Pensa que a literatura e a rede poderão vir a ter, de algum modo, um destino comum?
A rede já está abrigando a literatura e continuará a fazê-lo cada vez mais, o que, a meu ver, não implicará a morte do livro.

5 – Refira dois autores e duas obras que o tenham marcado na sua carreira.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.

*Escritor e diplomata, João Almino nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950. É autor do Quarteto de Brasília, composto pelos romances Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), Samba-Enredo, As Cinco Estações do Amor (Prêmio Casa de las Américas 2003) e O Livro das Emoções (Record, 2008; finalista do 7º Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2009 e finalista do 6º Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2009). Doutorou-se em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley e Stanford. Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia.

Colaboração: Eustáquio Gomes

[07-04-2010] | Luís Carmelo

1 – No mundo tecnológico e instantanista em que vivemos, crê que a literatura, tal como a aprendemos a significar pelo menos desde o Iluminismo, ainda tem sentido?
A literatura precedeu o iluminismo e não se limita às fronteiras do mundo moderno. A necessidade de fabulação humana e a função crítica e de resistência da literatura se nutrem das mudanças por que passa o mundo.

2 – Qual foi o último acontecimento literário, independentemente da sua natureza, que mais lhe tocou? Porquê?
Para mim os maiores acontecimentos literários são a produção das próprias obras literárias. Afirmar qual o acontecimento literário recente que mais me tocou coincidiria com a escolha de um livro que gostei de ler. Acabo de ler “A gate at the steps”, de Lorrie Moore, uma escritora cuja obra acompanho há muitos anos e que me atrai pela forma como elabora suas frases, juntando às vezes palavras ou ideias de maneira inusitada e com humor.

3 – Fale-nos resumidamente do seu último livro, como se estivesse a revê-lo em voz alta para um grupo de amigos.
Meu livro mais recente já foi entregue à editora e vai ser publicado dentro de alguns poucos meses. É meu quinto romance, intitulado “Cidade Livre”. A história se passa na cidade fundada em 1957 e para onde afluíram comerciantes e trabalhadores à época da construção de Brasília. Era toda composta de casas de madeira e deveria ser uma espécie de cidade descartável, pois foi construída para ser destruída quando Brasília fosse inaugurada. Talvez seja, de uma maneira geral, um romance sobre a criação, a invenção e a construção. As histórias de que trata o romance terminam com a inauguração de Brasília, uma cidade que celebra seu cinquentenário este ano.

4 – Pensa que a literatura e a rede poderão vir a ter, de algum modo, um destino comum?
A rede já está abrigando a literatura e continuará a fazê-lo cada vez mais, o que, a meu ver, não implicará a morte do livro.

5 – Refira dois autores e duas obras que o tenham marcado na sua carreira.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Em busca do tempo perdido, de Marcel Proust.

*Escritor e diplomata, João Almino nasceu em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1950. É autor do Quarteto de Brasília, composto pelos romances Idéias para Onde Passar o Fim do Mundo (indicado para o Prêmio Jabuti, ganhador de Prêmio do Instituto Nacional do Livro e do Prêmio Candango de Literatura), Samba-Enredo, As Cinco Estações do Amor (Prêmio Casa de las Américas 2003) e O Livro das Emoções (Record, 2008; finalista do 7º Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2009 e finalista do 6º Prêmio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura 2009). Doutorou-se em Paris, orientado pelo filósofo Claude Lefort. Ensinou na UNAM (México), UnB, Instituto Rio Branco, Berkeley e Stanford. Seus escritos de história e filosofia política são referência para os estudiosos do autoritarismo e a democracia.

Colaboração: Eustáquio Gomes