João Almino pertence a uma geração de romancistas surgida no momento em que se conclui, entre nós, o processo de retomada do regime democrático. Deixando para trás os 20 anos de autoritarismo, o país e a literatura passam, a partir daí, a respirar com mais facilidade.
Liberto da necessidade de assumir o papel de registro realista, como nos depoimentos dos anos 70, ou do desejo de resgatar o nacional, do início dos 80, o romance brasileiro pode criticar, experimentar, ousar e fantasiar novamente.
É neste quadro que desponta João Almino, com Idéias para onde passar o fim do mundo, inserindo Brasília em nossa literatura. A capital do país, no romance, não é o grandiloqüente monumento modernista de Niemeyer e Lúcio Costa, nem tampouco representação da utopia juscelinista. Para o autor, “a cidade pertencia cada vez mais a um Brasil sem sonhos e desiludido”. 0 Planalto Central desta instigante narrativa é um espaço insólito, fantástico, por onde se movem personagens saídos do cotidiano desta cidade sem história, porém submetidos à lógica do inesperado, do surpreendente. É a Brasília dos políticos, sob a presidência do primeiro presidente negro, a cidade de festas e de manifestações, de nordestinas desiludidas, de policiais movendo-se entre a justiça e a corrupção, de eróticos sedutores e seduzidos. São amplos horizontes que podem, a qualquer momento, ser cruzados por um disco voador, inspirando visões místicas à vidente-adivinha, cercada de uma aura cósmica, “como numa viagem de ácido”.
Narrativa com um “final de fronteiras abertas” – porque “abolir fronteiras não é chegar necessariamente ao irracional e ao caos, mas a uma ordem diferente” -, será o relato um roteiro de cinema, “fantasia para o plano piloto” ou romance psicografado? Que história é esta à espera do leitor? Quem a conta? Jamais narrador tradicional poderia fazê-lo. Talvez um fantasma, autor morto machadiano, ou uma mulher que se apossasse das anotações deixadas por outro, que já partira com sua “alma de néon”.
O autor adverte: “Esta história foi o sonho e o pesadelo de uma geração lucidamente alienada” e oferece, então, aos leitores, um percurso pelos muitos caminhos e muitas idéias que podem – ou não – levar ao fim do mundo. O inesperado os acompanhará.
Beatriz Resende
João Almino pertence a uma geração de romancistas surgida no momento em que se conclui, entre nós, o processo de retomada do regime democrático. Deixando para trás os 20 anos de autoritarismo, o país e a literatura passam, a partir daí, a respirar com mais facilidade.
Liberto da necessidade de assumir o papel de registro realista, como nos depoimentos dos anos 70, ou do desejo de resgatar o nacional, do início dos 80, o romance brasileiro pode criticar, experimentar, ousar e fantasiar novamente.
É neste quadro que desponta João Almino, com Idéias para onde passar o fim do mundo, inserindo Brasília em nossa literatura. A capital do país, no romance, não é o grandiloqüente monumento modernista de Niemeyer e Lúcio Costa, nem tampouco representação da utopia juscelinista. Para o autor, “a cidade pertencia cada vez mais a um Brasil sem sonhos e desiludido”. 0 Planalto Central desta instigante narrativa é um espaço insólito, fantástico, por onde se movem personagens saídos do cotidiano desta cidade sem história, porém submetidos à lógica do inesperado, do surpreendente. É a Brasília dos políticos, sob a presidência do primeiro presidente negro, a cidade de festas e de manifestações, de nordestinas desiludidas, de policiais movendo-se entre a justiça e a corrupção, de eróticos sedutores e seduzidos. São amplos horizontes que podem, a qualquer momento, ser cruzados por um disco voador, inspirando visões místicas à vidente-adivinha, cercada de uma aura cósmica, “como numa viagem de ácido”.
Narrativa com um “final de fronteiras abertas” – porque “abolir fronteiras não é chegar necessariamente ao irracional e ao caos, mas a uma ordem diferente” -, será o relato um roteiro de cinema, “fantasia para o plano piloto” ou romance psicografado? Que história é esta à espera do leitor? Quem a conta? Jamais narrador tradicional poderia fazê-lo. Talvez um fantasma, autor morto machadiano, ou uma mulher que se apossasse das anotações deixadas por outro, que já partira com sua “alma de néon”.
O autor adverte: “Esta história foi o sonho e o pesadelo de uma geração lucidamente alienada” e oferece, então, aos leitores, um percurso pelos muitos caminhos e muitas idéias que podem – ou não – levar ao fim do mundo. O inesperado os acompanhará.
Beatriz Resende
João Almino pertence a uma geração de romancistas surgida no momento em que se conclui, entre nós, o processo de retomada do regime democrático. Deixando para trás os 20 anos de autoritarismo, o país e a literatura passam, a partir daí, a respirar com mais facilidade.
Liberto da necessidade de assumir o papel de registro realista, como nos depoimentos dos anos 70, ou do desejo de resgatar o nacional, do início dos 80, o romance brasileiro pode criticar, experimentar, ousar e fantasiar novamente.
É neste quadro que desponta João Almino, com Idéias para onde passar o fim do mundo, inserindo Brasília em nossa literatura. A capital do país, no romance, não é o grandiloqüente monumento modernista de Niemeyer e Lúcio Costa, nem tampouco representação da utopia juscelinista. Para o autor, “a cidade pertencia cada vez mais a um Brasil sem sonhos e desiludido”. 0 Planalto Central desta instigante narrativa é um espaço insólito, fantástico, por onde se movem personagens saídos do cotidiano desta cidade sem história, porém submetidos à lógica do inesperado, do surpreendente. É a Brasília dos políticos, sob a presidência do primeiro presidente negro, a cidade de festas e de manifestações, de nordestinas desiludidas, de policiais movendo-se entre a justiça e a corrupção, de eróticos sedutores e seduzidos. São amplos horizontes que podem, a qualquer momento, ser cruzados por um disco voador, inspirando visões místicas à vidente-adivinha, cercada de uma aura cósmica, “como numa viagem de ácido”.
Narrativa com um “final de fronteiras abertas” – porque “abolir fronteiras não é chegar necessariamente ao irracional e ao caos, mas a uma ordem diferente” -, será o relato um roteiro de cinema, “fantasia para o plano piloto” ou romance psicografado? Que história é esta à espera do leitor? Quem a conta? Jamais narrador tradicional poderia fazê-lo. Talvez um fantasma, autor morto machadiano, ou uma mulher que se apossasse das anotações deixadas por outro, que já partira com sua “alma de néon”.
O autor adverte: “Esta história foi o sonho e o pesadelo de uma geração lucidamente alienada” e oferece, então, aos leitores, um percurso pelos muitos caminhos e muitas idéias que podem – ou não – levar ao fim do mundo. O inesperado os acompanhará.
Beatriz Resende
João Almino pertence a uma geração de romancistas surgida no momento em que se conclui, entre nós, o processo de retomada do regime democrático. Deixando para trás os 20 anos de autoritarismo, o país e a literatura passam, a partir daí, a respirar com mais facilidade.
Liberto da necessidade de assumir o papel de registro realista, como nos depoimentos dos anos 70, ou do desejo de resgatar o nacional, do início dos 80, o romance brasileiro pode criticar, experimentar, ousar e fantasiar novamente.
É neste quadro que desponta João Almino, com Idéias para onde passar o fim do mundo, inserindo Brasília em nossa literatura. A capital do país, no romance, não é o grandiloqüente monumento modernista de Niemeyer e Lúcio Costa, nem tampouco representação da utopia juscelinista. Para o autor, “a cidade pertencia cada vez mais a um Brasil sem sonhos e desiludido”. 0 Planalto Central desta instigante narrativa é um espaço insólito, fantástico, por onde se movem personagens saídos do cotidiano desta cidade sem história, porém submetidos à lógica do inesperado, do surpreendente. É a Brasília dos políticos, sob a presidência do primeiro presidente negro, a cidade de festas e de manifestações, de nordestinas desiludidas, de policiais movendo-se entre a justiça e a corrupção, de eróticos sedutores e seduzidos. São amplos horizontes que podem, a qualquer momento, ser cruzados por um disco voador, inspirando visões místicas à vidente-adivinha, cercada de uma aura cósmica, “como numa viagem de ácido”.
Narrativa com um “final de fronteiras abertas” – porque “abolir fronteiras não é chegar necessariamente ao irracional e ao caos, mas a uma ordem diferente” -, será o relato um roteiro de cinema, “fantasia para o plano piloto” ou romance psicografado? Que história é esta à espera do leitor? Quem a conta? Jamais narrador tradicional poderia fazê-lo. Talvez um fantasma, autor morto machadiano, ou uma mulher que se apossasse das anotações deixadas por outro, que já partira com sua “alma de néon”.
O autor adverte: “Esta história foi o sonho e o pesadelo de uma geração lucidamente alienada” e oferece, então, aos leitores, um percurso pelos muitos caminhos e muitas idéias que podem – ou não – levar ao fim do mundo. O inesperado os acompanhará.
Beatriz Resende